DESASTRES AÉREOS - DIVALDO FRANCO RESPONDE SOBRE DESENCARNAÇÕES COLETIVAS
No livro Divaldo Franco responde Vol.1, tem um capítulo, em que o médium e orador Divaldo Franco responde sobre mortes coletivas, na visão espírita. Na ocasião havia ocorrido o grave acidente da TAM que se chocou com um prédio próximo ao aeroporto de Congonhas, em 17 de julho de 2007.
Reproduzimos aqui algumas das respostas de Divaldo Franco, em função do grave acidente aéreo com a equipe de futebol do Chapecoense, que chocou o Brasil.
PROPÓSITO DE DEUS NAS MORTES COLETIVAS
1) Periodicamente a humanidade é surpreendida com acontecimentos que causam a morte de muitas pessoas, algumas decorrem de eventos da natureza como tsunamis, terremotos ou desabamento de terra, outras já decorrem da ação do homem, como o acidente de avião. Recentemente, nós tivemos, em São Paulo, um acidente muito grave em que um avião da TAM se chocou com um prédio. Qual o propósito da divindade nessas mortes coletivas?
O egrégio codificador da doutrina espírita Allan Kardec, em o Livro dos Espíritos, na sua terceira parte, a lei de destruição, faz uma análise dessas tragédias coletivas e interroga aos benfeitores da humanidade o que pretende a divindade com essas desencarnações coletivas? E para surpresa de Allan Kardec e de nós outros, os benfeitores disseram que era para fazer a sociedade progredir. O comentário é vasto e nessa mesma questão o codificador pergunta, não teria a divindade outros recursos para promover o progresso dessas pessoas? Os espíritos informaram que sim, e isto acontece através de fenômenos naturais, como epidemias, insucessos de vária ordem, fenômenos sísmicos e outros. Então, Allan Kardec volve à questão, indagando que, se num caso desses, muitos inocentes não seriam vítimas dos infelizes acontecimentos? Os benfeitores espirituais assinalam que não, porque dentro do código das soberanas leis, somente nos acontece aquilo de que temos necessidade para evoluir. A Lei de causa e efeito estabelece os parâmetros não somente dos resgates coletivos como também das técnicas que induzem os indivíduos a esses resgates calamitosos.
Observamos, por exemplo, que nos acidentes aéreos, pessoas chegam num momento e resolvem mudar a viagem, desenvolvendo um esforço tremendo, enquanto outros lutam para poderem ser incluídos naquele vôo e como resultado padecem essas consequências que estão dentro da sua programação evolutiva. É sempre providencial, portanto, que se mantenha confiança em Deus, quando acontece algo lamentável e doloroso, como este que estamos examinando, especialmente os familiares que ficam embrulhados nos mantos sombrios da saudade e talvez também para alguns desencarnados, porque surpreendidos de maneira inesperada experimentam grande choque ao despertar no além, considerando que todas essas ocorrências estão dentro dos códigos da Soberana Justiça.
MENSAGEM PARA OS FAMILIARES
10) Não temos como mensurar a dor dos familiares, daquelas pessoas que tiveram parentes que desencarnaram nessas tragédias. O que poderia dizer para confortá-las?
Sigmund Freud, o notável pai da psicanálise, escreveu que a morte é uma dilaceração dos sentimentos e o espírito Joanna de Ângelis diz-me que, quando a morte arrebata um ser querido, leva também metade daquele que ficou na retaguarda. Muitas vezes, o desencarnado recupera-se com relativa facilidade, mas aquele que ficou com a existência ceifada pela sua ausência experimenta uma dor inominável.
Eu lhes diria que se recordassem de Jesus descido da Cruz e a dor de Maria contemplando o filho inerme, mas logo depois se recordem de que três dias transcorridos veio a ressurreição. Os nossos mortos vivem. A saudade do corpo, da convivência, será longa, mas passados esses dias de impacto pior, penso, a dor será mais profunda, porque será aquele espinho cravado na saudade, no sentimento. Então, eu diria como um psiquiatra materialista informou-me oportunamente. Disse-me ele: - Eu não creio na imortalidade, da alma. Quando um paciente vem ao meu consultório e fala da perda de alguém pela morte, eu lhe pergunto quanto tempo viveu com o ser querido? E ele me responde: - X anos. – Então recorde-se – digo-lhe, por minha vez – desse largo período de convivência com ele e não lamente a interrupção, evoque as horas felizes e olvide por momento a hora da tragédia.
Desse modo, direi a esses pais, a esses filhos, a esses afetos, a todos aqueles que estão vinculados aos que viajaram para o Grande Lar, que logo mais, no momento adequado, quando o fenômeno biológico de cada um de nós interromper-se através da morte, haverá o reencontro. Que se programem para esse momento feliz, evocando as horas vividas junto, fazendo todo o bem possível em memória deles, ao invés de os evocar no momento trágico da desesperação, recordando-se , isto sim, da convivência ditosa que foi mantida.
Divaldo Franco
Fonte: Itelira