Senhor, fazei de mim um instrumento da Sua paz.
Você já ouviu falar na oração de Francisco de Assis?
Sim, é aquela prece belíssima, que fala de paz, de amor, perdão, esperança, alegria e fé.
Na rogativa, Francisco demonstra sua grandeza d'alma e sua verdadeira humildade.
Nós, que tanto temos buscado auxílio para vencer as dificuldades que nos rodeiam, talvez pudéssemos encontrar, em suas palavras, um roteiro de autoajuda.
Desejando tornar-se útil a si mesmo e aos semelhantes, diz ele:
Senhor, fazei de mim um instrumento da Sua paz.
Quanto a nós, seria interessante que indagássemos com frequência: Sou um instrumento da paz?
Onde estou as pessoas se sentem mais tranquilas, mais animadas, mais felizes?
Ou será que a paz se despede no exato momento em que vou chegando?
Ele continua: Onde houver ódio, que eu semeie o amor.
Mahatma Gandhi dizia que alguém que atingiu a plenitude do amor, é capaz de neutralizar o ódio de milhões.
Ele próprio foi o exemplo vivo dessa realidade pois, em nome do amor e da não-violência, conseguiu que a Índia se libertasse do jugo inglês, sem derramamento de sangue.
Além de não fazer guerra, Gandhi, com sua filosofia pacifista, fez com que fossem superados os ressentimentos seculares dos indianos por seus dominadores.
E nós? Temos semeado o amor onde haja o ódio?
Certa feita, um funcionário de uma grande empresa estava furioso com o gerente que vivia a transferi-lo de setor. Certamente agia assim para pressioná-lo a se demitir.
Cogitava disso quando um colega, semeador da paz, o desarmou falando-lhe com firmeza:
Você está enganado quanto ao nosso chefe, meu amigo. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para os setores onde há problemas, consciente de que você sabe resolvê-los.
Com sua intervenção benéfica, o companheiro passou a ver as iniciativas do gerente com simpatia, dedicando-se ao trabalho com mais vontade e alegria.
Francisco de Assis roga com o coração aberto: Onde houver injúria que eu semeie o perdão.
E se alguém nos fala em vingança, com o coração cheio de mágoa, qual é a nossa orientação?
Dizemos que a mágoa é como um espinho cravado no peito, que machuca, dói, incomoda... Orientamos que perdoe para libertar-se? Ou cravamos em seu peito alguns espinhos a mais?
Onde houver dúvida que eu semeie a fé.
Esperança, onde houver desespero.
Luz, onde haja escuridão.
Alegria, onde haja tristeza.
Ele termina com as afirmações: É dando que se recebe; perdoando que somos perdoados; e é morrendo que nascemos para a vida eterna.
Na proposta final Francisco de Assis refere-se à superação do eu egoístico que nos domina; à eliminação dos interesses pessoais para o nascimento do legítimo cristão, liberto de impurezas e imperfeições.
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Quando o Francisco de Assis diz que é morrendo que nascemos para a vida eterna podemos entender que, após superadas as reencarnações expiatórias, teremos a existência em plenitude nos planos do Infinito, onde habitam os Puros Espíritos e onde não há acesso para a morte.
Pensemos nisso! E tenhamos sempre em mente esse excelente roteiro de autoajuda.
Redação do Momento Espírita